:01:02
Pareces um pato.
Cuá, cuá, cuá...
:01:04
Anima-te, não voltas a ouvir;
como nunca mais faço aquilo,
:01:09
nunca mais me ouves grasnar
que nunca mais faço.
:01:12
Depois de hoje?
:01:13
Pois, ainda tenho uma noite para grasnar.
:01:17
Alguém deseja mais café?
:01:22
Sim, muito obrigada.
:01:28
Como estão as coisas, o risco
é o mesmo de roubar um banco.
:01:33
O risco é maior,
bancos são mais fáceis.
:01:35
Os bancos não tentam deter
os ladrões, durante um assalto;
:01:39
estão no seguro, querem lá saber.
Nem é preciso levar armas.
:01:44
Sei dum mano que entrou num
com um telemóvel.
:01:49
Deu-o ao caixa e do outro lado,
diz outro mano:
:01:52
"Temos a filha desse gajo;
:01:54
dá-lhe o dinheiro todo
ou a miúda morre".
:01:57
E resultou?
- Podes apostar!
:01:59
Um palerma entra por ali
só com um telemóvel,
:02:03
sem uma pistola ou espingarda,
só a porra dum telefone,
:02:08
limpa os gajos e eles nem mexem um dedo.
:02:10
E fizeram mal ã miúda?
:02:13
Sei lá, se calhar nem havia
nenhuma para começar!
:02:17
Mas o que interessa
não é a miúda
:02:18
mas que o assaltaram
só com um telemóvel.
:02:22
Queres assaltar bancos?
:02:23
Não disse isso, só que era mais
fácil do que o que temos feito.
:02:28
Não roubamos mais mercados?
- Não foi isso que eu disse?
:02:33
E já não tem graça, estão todos
nas mãos de estrangeiros,
:02:37
de vietnamitas e coreanos
que não pescam uma;
:02:40
mandamos esvaziar a registadora
e não entendem patavina!
:02:44
Ainda acabamos matando
um desses chinocas.
:02:47
Eu cá não mato ninguém.
- Também eu não quero matar.
:02:50
Mas um dia destes ainda ou são eles, ou nós.
:02:54
E se não são chinas são a merda de judeus,
:02:58
que têm a loja há quinze gerações.