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Uma coisa de charada?
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Viajei 16 mil quilómetros
nas úItimas 24 horas.
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Tive muito tempo para reflectir.
Corrija-me se estou enganado.
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Mas creio que nenhum de vocês me falou
em coisas de charada.
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Antes do Mercury estar operacional,
fizemos um teste.
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Uma coisa em grande.
Dois supercomputadores...
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máquinas de decifrar a alta velocidade
a mastigar Mercury 24 horas por dia.
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Mercury saiu incólume.
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Espectacular.
Finalmente um código inviolável.
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Mas faltava testar uma úItima coisa.
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O factor "crâniozinho".
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Às vezes os seres humanos enganam-nos.
Pensámos que era importante...
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Então pusemos uma mensagem
numa charada para "crâniozinhos".
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Para desafiar amadores.
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- Com a certeza de que ninguém telefonaria.
- Mas houve alguém que telefonou.
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Chama-se Simon Lynch. Vive em Chicago.
Tem nove anos.
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E decifrou o código mais sofisticado...
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que o mundo já conheceu...
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numa revista de charadas
para "crâniozinhos".
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Não recordo alguma vez ter autorizado...
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que pusessem uma mensagem...
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numa revista!
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Um puto não o decifraria!
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Não só tem apenas nove anos...
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como é deficiente. É autista.
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Sim, isso explica tudo.
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O nosso código de $2 mil milhões
é um livro aberto...
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- para pessoas de capacidades reduzidas.
- Não.
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O autismo não é sinónimo
de capacidades reduzidas.
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As pessoas autistas são...
fechadas ao mundo.
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Mas não é incomum uma pessoa autista
ser um sábio.
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- Oh, um sábio!
- Pode não ser capaz de o ter decifrado.
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- Pode ter-lhe aparecido.
- Não calculou nada.
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Limitou-se a vê-Io. Como aquelas imagens
a três dimensões. Temos de as fixar.
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De repente vemos a estátua da liberdade.
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Isto não é uma imagem dessas.