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Leve-as.
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Um momento...
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Dá-me licenca? Essas são nossas.
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São vossas? Como assim?
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Estão aí,
com o preço pendurado.
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Estavamos a falar sobre elas.
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Então podem continuar
a falar depois de eu as pagar.
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- Tenha calma.
- Faltam dias para o Natal
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e estou numa loja de Nova lorque...
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Essas luvas eram um presente
especial para alguém.
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- Pensámos imenso nelas.
- Precisamente.
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E para quem são?
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- Para o meu namorado.
- Para a minha namorada.
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- O namorado dela.
- A namorada dele.
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Umas luvas para duas pessoas?
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- É difícil de explicar.
- Tente.
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Está bem. Explique-lhe.
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Bem, actualmente ele é
meu namorado.
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Mas daqui a 18 meses...
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Depois da operação...
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- Ele será...
- Ela será...
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A minha namorada.
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Compreende?
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- Não resultou.
- Pois não.
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- Mas Feliz Natal.
- Obrigadinho.
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Merece-as.
A explicação foi soberba.
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- Obrigada, foi trabalho de equipa.
- Lá isso foi.
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Não sei como agradecer-lhe.
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Já têm mesa.
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Não sei se fizemos algum sentido...
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Eu penso que sim,
assustámo-Io.
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Foi muito ameacadora.
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- Que belo café...
- Quem paga sou eu.
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É o mínimo que posso fazer.
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Obrigado, mas compreende...
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agora tenho de ir arranjar outra
coisa para a minha namorada.
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- Eram para a sua namorada...
- Eram.
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Então não posso aceitá-las.
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Tem de aceitar,
senão não paga a conta.
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Confesso-lhe uma coisa.
Isto é a maior delícia.
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- Como descobriu este sítio?
- Vim cá por causa do nome.
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"Serendipity". Uma das minhas
palavras preferidas.
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- Porquê?
- Pelo bonito som e pelo que significa.
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Um acidente feliz.
Mas eu não acredito em acidentes.
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Penso que o destino
é responsável por tudo.