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E sei que é muito dinheiro...
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mas eu preciso-o.
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Tens que me ajudar.
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Se não o fazes...
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vou à polícia.
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O que as putas não entendem...
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é que nunca se brinca com a polícia.
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Romper-me o coração é uma coisa...
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mas meter-se com o
meu sustento é outra.
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Sabia que entenderias.
Vejo-te às 8:00.
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Pergunto-me como se sentiu
quando pousou o auscultador.
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Em que estava a pensar?
Como o pôr-do-sol nesse dia.
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Será que lhe ocorreu
por uma fracção de segundo...
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que era o último que veria?
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Sabem o que dizia Yogi Berra:
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"Déjà vu outra vez".
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Bem podia ter-se referido a mim.
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Queria resolver tudo com Juanita...
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tal como a embrulhada em que me meti
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no dia que me fui da Costa Este...
o que se passou com a Edna.
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A sério, Rei. Preciso do dinheiro.
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Para te injectares nas veias?
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Já te disse que estou limpa.
Há seis semanas.
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- Isso já ouvi antes.
- Achas que gosto de te pedir dinheiro?
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Não há comida em casa.
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Os miúdos precisam de roupa
para a escola.
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Sabes? Deves-mo.
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- Irei à polícia.
- Espera um momento.
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Não o faças.
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Irei ver-te.
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Edna.
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Sim, eu costumava estar com ela
ao fim do dia.
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Era sensacional,
antes que a droga a dominasse.
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Meteu-se-lhe na cabeça
que eu era o pai do seu filho...
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e esperou convenientemente
que passassem 10 anos depois do facto...
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para dar-me a notícia.
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Talvez eu fosse o pai. Talvez não.
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Mas não seria bom para os miúdos
se ela continuasse a consumir...
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e eu também não lhes serviria de muito
se apodrecesse na cadeia.