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Só porque comprei uma vaca,
não quer dizer que goste de leite.
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Que analogia tão sensível
do santo matrimónio.
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Éramos miúdos.
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Andámos na brincadeira.
Avancemos, agora.
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Passam a vida a falar mal
de ti, Alim,
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a deitar-te abaixo,
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mas não eu.
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Eu defendo-te.
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Estás a ver como eu te defendo?
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Oh, Alim.
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Pronto, pronto.
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Vamos recomeçar.
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Que tal um beijo? O que é
preciso para receber um beijinho?
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Clorofórmio.
Estou apaixonado por outra pessoa.
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Pois, já ouvi falar
da neurocirurgiã.
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Não. Ele chama-se Giles.
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Estás apaixonado por um homem?
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Os homens não se amam, Alim.
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Podemos fornicá-los á vontade,
mas...
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Ele só quer é divertir-se.
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Aposto que ele não te ama.
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Mas eu amo-o a ele.
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Não é normal.
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Se tu és normal,
não quero ser assim.
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Olha para ti.
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Um bêbado e um maricas
não assumido.
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Menos assumido não há.
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Não te armes
em importante comigo.
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Qualquer um pode fugir e ser
gay
na grande cidade.
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Sabe-se lá quem é ou não
maricas, lá?
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Nunca pensaste na tua mãe?
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Estás a pensar na Nina
com a braguilha aberta assim?
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-Tia. Estávamos só a...
-Eu sei o que estavam a fazer.
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Não é o que estás a imaginar, tia.
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Não estou a imaginar nada,
estou a ver.
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Eu não...
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Eu tenho noiva, lembras-te?
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E a tua mãe tem um piano,
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mas não sabe tocar
nem uma nota.
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Essa foi boa.
Bom, é melhor ir andando.