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A rapariga tem cá um azar.
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- Não te preocupes. Não vou fazer nada.
- Já fizeste.
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Se te divorcias,
vais ter uma fila de homens.
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Nem pensar. Não vou ser a tonta da amiga
solteira que vai ser apresentada ao dentista.
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Já percebi que vais tomar uma decisão.
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Não deixo de pensar na Melinda.
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Ela bateu-nos à porta
com uma neurose nos braços.
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- Agora não consigo tirá-la da cabeça.
- Tu és casado.
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Eu sei. Estou a ter um ataque de culpa. Tenho
sonhos em que estou a beijar a Melinda.
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- E que estou no julgamento de Nuremberga.
- E que diz a Melinda?
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Eu não lhe contei nada.
lnfidelidade está fora de questão.
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- Não sabes se ela sente a mesma coisa?
- Não tive oportunidade de saber.
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O meu casamento está em declínio
há muito tempo.
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Raramente dormimos juntos.
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A última vez que tivemos sexo, a Susan
ficou especada a olhar para o escuro
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como se os pais dela
tivessem morrido num incêndio.
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Porque é que não lhe dizes
que a coisa morreu?
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Não quero magoá-la. Eu não despedi o meu
podologista quando me operou o pé errado.
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Devias voltar a ver o teu psiquiatra.
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Ele só sabe recomendar Prozac.
Ele tem acções nessa companhia.
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- Estás a usar a Susan como desculpa.
- Não estou.
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Sim. Talvez não o queiras mesmo fazer.
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Se pudesse estar com a Melinda sem magoar
a Susan, eu fazia isso.
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Achas sensato envolveres-te com uma
mulher com o passado da Melinda?
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É por isso que sei que estou apaixonado
por ela, não há qualquer razão lógica.
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Porta-te como um homem.
Fala abertamente com a Susan.
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É isso que tens que fazer.
Ela sobrevive, tu sobrevives.
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E depois compras um
bibelot
à Melinda.
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Ela disse que gostava de Art Deco.
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- Leva-a ajantar. Diz-lhe o que sentes.
- Tens a certeza?
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- Sim. É assim que deve ser feito.
- Isto vais desgostar a Susan.