:47:01
Já percebi. Adivinhei logo
pela tua voz ao telefone.
:47:05
Cheia de autoridade, estás a ver?
Como o Papa ou o computador no "2001 ".
:47:09
Não é justo para ti e eu não
faço ideia do que ando a fazer.
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- Claro.
- Vá lá... não fiques zangada.
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Tu é que tiveste a ideia.
Não és feliz assim.
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Não estou zangada. Já sabia que ia
acabar, mas agora estou chateada, ok?
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Tu não te queres comprometer.
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E eu não quero acabar o meu casamento
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e depois descobrir que
não nos damos bem.
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Tenho de começar a pensar na Emily.
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Foste muito claro. Ainda bem que
um de nós teve a coragem de acabar.
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- Ficas bem?
- Claro...
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Claro que sim. O que é que achas
que vou fazer? Enforcar-me?
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Sou uma mulher bonita.
Sou jovem, muito inteligente.
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Tenho tudo a meu favor. A questão é...
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A questão é que... não sei...
estou completamente lixada... Merda!
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O que é que eu estou a fazer nesta
relação? O telefone não me pára de tocar!
:48:05
Não sei. Estou-me a desperdiçar
com um homem casado. Não sei.
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Olha, é melhor eu ir andando.
Queria só dar-te isto.
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- Tenho bilhetes para o Rampal à noite.
- lsto também não é fácil para mim.
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Por favor!
Toma-os e vai com a tua mulher.
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Mary, tu adoras o Rampal.
Telefona a alguém. Leva o Isaac.
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Vai-te foder, Yale!
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Sei que vai achar a água
um pouco castanha, mas pode beber.
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Não se deixe impressionar.
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- Desculpa estar a chateá-lo.
- Não há problema.
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- É só... Bolas, é mesmo castanha...
- É, mas a gente habitua-se.
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Não sabia a quem é que
havia de telefonar.
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Acho que não devia tomar Valium.
Faz cancro.
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- Não. Metade de um Valium?
- Cancro do abdómen, acho eu.
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Quando é que descobriram isso?
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É só uma teoria minha, mas está
correcta. Há aqui lenços algures.
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- Bem, eu estava mesmo a pedi-las.
- Vá lá.