2:01:02
Eu tinha-o visto pela primeira vez
nessa manhã no salão de entrada.
2:01:07
Tinha acabado de chegar ao hotel. . .
2:01:10
. . .e seguia o rapaz que levava
a bagagem. . .
2:01:14
. . .para o elevador.
2:01:20
Quando passou por mim,
olhou-me, um olhar rápido.
2:01:25
Nada mais.
2:01:34
Mas eu mal me consegui. . .
2:01:39
. . .mexer.
2:01:43
Quando ensaiámos aquela cena. . .
2:01:45
. . .estávamos só os três
e despimo-nos. . .
2:01:50
O Stanley, não.
Nós ficamos de roupa de baixo.
2:01:54
Conversámos sobre a cena. . .
2:01:57
. . .sem nos preocuparmos
com o diáIogo.
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Foi evoluindo lentamente.
2:02:02
Fizemos isso em várias cenas.
Perguntei ao Stanley: "Que pretendes?"
2:02:07
Ele disse: "Quero magia.
Quero magia. "
2:02:10
À medida que a cena evoluía,
após várias tentativas. . .
2:02:15
. . .atingíamos um nível que todos
achámos interessante. . .
2:02:19
. . .e se continuássemos,
acabava por se estragar.
2:02:24
Era demasiado repetitivo.
Não estava a resultar.
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De repente, acontecia algo. . .
2:02:32
. . .que não nos tinha ocorrido antes.
2:02:36
O processo de rodagem
foi uma descoberta.
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O mais importante não era o resultado.
Não era:
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"Temos uma semana para filmar
esta cena. Vamos lá despachar.
2:02:47
Podemos não a explorar na totalidade,
mas há-de ficar bem. "
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O Stanley queria explorar
todas as hipóteses. . .
2:02:54
. . .e tomar a decisão final
com base nisso.
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O Stanley recusava-se a deixar-se
limitar pelo tempo.